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24/11/06 13:21 ( Fonte: Reuters)
Papa critica preconceito contra de vítimas de Aids
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Vítimas de doenças contagiosas como a Aids não devem ser alvo de preconceito, rejeição e indiferença por parte de uma sociedade obcecada com a saúde e a beleza física, disse na sexta-feira o papa Bento 16.
Falando a participantes de uma conferência sobre o atendimento de vítimas de doenças infecciosas, o papa disse que a dignidade de todos os doentes tem de ser respeitada, independentemente da doença que eles tenham e do modo como a contraíram.
"Entre os preconceitos que prejudicam ou limitam o atendimento às vítimas de doenças infecciosas está a atitude de indiferença e até de exclusão ou rejeição que às vezes surge numa sociedade rica", disse ele ao grupo.
"Essa atitude é alimentada pela imagem difundida pela mídia de mulheres e homens mais preocupados com sua própria beleza física, sua saúde e vitalidade biológica", disse ele.
Trancar-se em "seu próprio mundinho" enquanto outras pessoas sofrem com doenças muitas vezes repugnantes está se tornando uma "perigosa tendência social", afirmou. Ele fez um apelo para que médicos e cientistas renovem seus esforços na busca da cura para doenças infecciosas como Aids, lepra, peste, tuberculose e ebola, além de métodos para amenizar o sofrimento de quem já está infectado.
Em seu pronunciamento, o papa não fez menção à posição da Igreja em relação ao uso de preservativos para prevenir a Aids.
A Igreja Católica é contra o uso de preservativos e ensina que a fidelidade dentro do casamento heterossexual, a castidade e a abstinência são as melhores formas de impedir o avanço da Aids.
O papa encomendou um estudo a dois departamentos do Vaticano sobre o assunto, para uso em um possível documento papal futuro. Nos últimos anos, várias autoridades eclesiais vêm pressionando para que o Vaticano permita que casais casados usem o preservativo quando um dos parceiros está infectado pelo vírus HIV.
Um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Aids disse que as infecções pelo HIV estão aumentando em todas as regiões do mundo, e que quase 40 milhões de adultos e crianças estão infectados no mundo todo.
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04/12/06 14:10 ( Fonte: Reuters)
Hummes minimiza declarações sobre revisão do celibato
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O cardeal Cláudio Hummes desembarcou na segunda-feira em Roma para assumir a Congregação do Clero, no Vaticano, e tentou minimizar as declarações que deu sobre uma possível revisão da postura da Igreja sobre o celibato dos padres.
"Não tenho nenhuma doutrina nova sobre o celibato sacerdotal. Só digo o que diz a doutrina da Igreja. Obviamente é o papa quem guia a Igreja", disse o cardeal.
Hummes falou com a imprensa no aeroporto de Roma. As declarações que ele deu à imprensa brasileira no fim de semana causaram furor na mídia italiana. O cardeal havia dito que "a Igreja pode rever esta questão, porque o celibato não é um dogma, e sim uma norma disciplinar".
O ex-arcebispo de São Paulo atenuou a afirmação já ao desembarcar no aeroporto e depois por um comunicado emitido pela assessoria de imprensa do Vaticano, dizendo que a Igreja não está analisando nenhuma mudança por enquanto.
"Também está claro que a norma do celibato para os sacerdotes na Igreja Latina (ocidental) é muito antiga e descansa sobre uma tradição consolidada por fortes motivações de natureza tanto teológica como espiritual, assim como sobre a prática e a pastoral que vem sendo reafirmada pelos papas", disse ele.
"Por isso, a questão não faz neste momento parte da agenda das autoridades da Igreja", acrescentou na nota oficial.
Durante o primeiro milênio os sacerdotes tinham permissão para se casar, mas a Igreja condenou o casamento no Segundo Concílio de Latrão, em 1139.
A Igreja Católica Romana insiste que seus sacerdotes permaneçam celibatários e descarta permitir o casamento. Os defensores do casamento de padres dizem que haveria mais homens dispostos a abraçar o sacerdócio, o que aliviaria a falta de padres em muitas partes do mundo.
No mês passado, o Vaticano reafirmou o celibato para os sacerdotes, depois de o papa Bento 16 e seus principais colaboradores terem mantido uma reunião especial para discutir pedidos de padres casados que queriam retomar o sacerdócio ativo.
O celibato voltou a ser um forte tema de debate na Igreja nos últimos meses, com a fundação, pelo arcebispo africano Emanuel Milingo, de um movimento de homens que deixaram o ministério ativo para se casar e querem voltar a ele como homens casados.
Milingo, ex-autoridade do Vaticano, chegou a provocar o temor de um cisma moderno ao ordenar sacerdotes quatro homens casados em Washington. Ele foi excomungado pelo Vaticano. Milingo, porém, não aceita a excomunhão e está planejando uma convenção de mais de mil sacerdotes casados e suas mulheres para Nova York, entre 8 e 10 de dezembro.
Cláudio Hummes foi nomeado em outubro pelo papa para chefiar a Congregação para o Clero, que supervisiona temas relativos aos 400 mil sacerdotes católicos do mundo, além de alguns aspectos da educação religiosa.
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18/12/06 17:17 ( Fonte: Reuters)
Discurso de Bento 16 em Regensburgo é eleito "Discurso do Ano"
BERLIM (Reuters) - O controverso discurso do papa Bento 16 em Regensburg, que irritou o mundo muçulmano por aparentemente relacionar islã e violência, venceu o prêmio de "Discurso do Ano" de uma universidade em sua Alemanha natal nesta segunda-feira.
O papa, que fez o discurso durante uma visita à Alemanha em setembro, pediu desculpas diversas vezes por qualquer mal-entendido que tenha provocado entre os muçulmanos após protestos incluindo ataques a igrejas no Oriente Médio e o assassinato de uma freira na Somália.
Ele não retirou suas palavra e representantes da Igreja Católica Romana acusaram a imprensa de conscientemente deturpar seu discurso, uma visão que o júri do prestigioso Seminário para Retórica, da Universidade Tuebingen, repercutiu em seu comunicado.
"O tema deste deliberadamente mal-entendido discurso é a relação entre razão e fé na cristandade e a afirmação da convicção cristã de que agir razoavelmente corresponde à natureza de Deus", disse.
"O discurso é habilmente construído nesta composição direta, embora com diversas camadas", disse. "O Papa... falou de seus pensamentos com coragem e determinação."
Em seu discurso, o papa citou um imperador bizantino do século 14 dizendo que o islã tinha trazido apenas desgraça para o mundo e que isso era espalhado pela espada, um método irracional e contrário à natureza de Deus.
(Por Tom Heneghan)
